Até o dia 25 de abril, qualquer cidadão poderá contribuir com a sua opinião sobre a incorporação de uma nova opção farmacológica para tratamento de insuficiência cardíaca (IC) em pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A Consulta Pública () foi aberta no dia 5 de abril pela CONITEC. 2z415z
A IC não tem cura, mas o tratamento adequado pode proporcionar uma melhora significativa na qualidade de vida dos pacientes, além de reduzir a hospitalização e a mortalidade2.
Um dos grandes desafios para tratar pacientes com insuficiência cardíaca no SUS diz respeito ao manejo das medicações – tanto por parte dos profissionais de saúde quanto dos pacientes. Boa parte das terapias disponíveis atualmente envolve o ajuste de dose em etapas, conhecido como titulação de dose. Ela acontece para que o paciente possa melhor tolerar o tratamento e reduzir o risco de eventos adversos. Porém o processo retarda o alcance das doses ideais que asseguram a sua eficácia e ainda assim podem ocorrer os eventos adversos não desejados. Além disso, a maioria das medicações disponíveis atualmente necessitam de mais de uma tomada diária.
Todos esses fatores somados podem levar à má adesão ao tratamento e, consequentemente, à não melhora da qualidade de vida e da redução de mortalidade e hospitalizações.
Por isso, a importância de contar com novas opções de medicamentos e que enderecem estas dificuldades. Pontos como a comodidade posológica e não necessidade de titulação, isto é, uma dosagem fixa e única de istração, e melhor tolerabilidade ao tratamento, podem fazer a diferença para o êxito do processo terapêutico.
Dados do estudo BREATHE (Brazilian Registry of Acute Heart Failure) apontam a má aderência terapêutica como a principal causa de re-hospitalizações, além de conferir ao Brasil uma das maiores taxas de mortalidade intra-hospitalar no mundo ocidental. Nosso país apresenta, ainda, controle inadequado de hipertensão arterial e diabetes, doenças que, quando em descontrole, são causas frequentes da IC.1
Além de todo o impacto direto para o paciente, em 2021, a insuficiência cardíaca foi responsável pela maioria dos custos relacionados à hospitalização por doença cardiovascular no Brasil3. A IC pode, ainda, resultar em aposentadorias precoces, gerando um prejuízo para suas famílias e para a sociedade1.
Referências
¹Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Aguda e Crônica. Arq Bras Cardiol. 2018; 111(3):436-539
²2021 ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failureEuropean Heart Journal (2021) 00, 1_128
³Artigo original, Arq. Bras. Cardiol. 118 (1), Jan 2022, LINK