Depois de comprar em outubro de 2018 a unidade de biotecnologia da Elanco, na Geórgia, nos EUA, a brasileira União Química, que faturou R$ 2 bilhões em 2018 com a produção de medicamentos para saúde humana e animal, pretende acelerar a internacionalização. 191d6a
A empresa analisa a compra de oito a dez ativos, a maioria no exterior, e ainda neste ano deve concluir um negócio na área de saúde animal, também nos EUA. Fernando de Castro Marques, presidente da empresa, diz que reservou US$ 200 milhões para ir às compras nos próximos cinco anos. Para tocar a internacionalização, contratou Rogério Rosso, ex-governador do DF e ex-deputado federal (PSD), que atuou no setor automobilístico.
Por que a internacionalização?
Os empresários brasileiros têm de ficar atentos às oportunidades não só no mercado interno, mas também no externo. É isso que estou fazendo. Neste momento, vejo oportunidade nos dois mercados. Hoje avaliamos a compra de oito a dez ativos dentro e fora do País, com destaque para Chile, México e EUA. Neste ano, devemos concluir um negócio na área de saúde animal nos EUA. A União Química faz aquisições internacionais de fábricas que se complementam. É o conceito clássico de globalização.
Qual foi o impacto para a companhia da compra da unidade de biotecnologia da Elanco?
O projeto era construir uma fábrica no País para produzir o BST (hormônio natural que eleva em 25% a produção de leite em bovinos). Nesse ínterim, surgiu a oportunidade de comprar a planta da Elanco na Geórgia (EUA). Junto com ela compramos a marca do produto e o registro em 25 países. Já somos uma multinacional brasileira. Eu estou nesses países e, como se diz na fazenda, onde a um boi, a uma boiada.
Quanto pretende gastar em compras?
Pretendemos investir US$ 200 milhões nos próximos cinco anos em novas aquisições, tanto no Brasil quanto no exterior. A expectativa é de que os negócios externos, que hoje representam 1% do faturamento da empresa, cheguem a 10% ou 15% nos próximos cinco anos.
Quais as metas para o mercado doméstico?
No Brasil continuaremos crescendo na casa de dois dígitos. Vamos contratar 300 pessoas este ano. Temos sete fábricas no País que produzem medicamentos para a saúde humana e animal.
Fonte: O Estado de S. Paulo